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Among its sloping streets and ancient histories, I discovered that Pisa is much more than its famous tower. A stroll through its alleyways reveals the true Tuscan soul. Where time slows down and every corner tells a story.

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Entre ruas inclinadas e histórias milenares, descobri que Pisa é muito mais do que a sua famosa torre. Um passeio pelas suas vielas revela a verdadeira alma toscana. Onde o tempo desacelera e cada esquina conta uma história.

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We left Viareggio early. The sun had barely peeked through the sky, and we and the rental car were already making peace with the road. It wasn't one of those spontaneous decisions. I confess, this little adventure to Pisa was carefully planned. The photos I wanted to take had been playing like slides in my head for days. I wanted to capture not only the leaning tower (which, let's be honest, is the star of social media), but also the soul of the streets, the calm and imperfect rhythm of a city that breathes history in every corner.

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Saímos cedo de Viareggio. O sol mal espreitava no céu, e já nós e o carro alugado estávamos a fazer as pazes com a estrada. Não foi uma daquelas decisões espontâneas. Confesso, esta pequena aventura até Pisa foi cuidadosamente planeada. As fotografias que queria tirar já passavam como slides na minha cabeça há dias. Queria captar não só a torre inclinada (que, sejamos honestos, é a estrela das redes sociais), mas também a alma das ruas, o ritmo calmo e imperfeito de uma cidade que respira história em cada canto.

Driving in Italy is an intense sensory experience. A mixture of emotion, organized chaos, and a slight existential apprehension. But there's something liberating about it. As we left the sea of ​​Viareggio behind, I felt like I was crossing a portal. We left the sound of the waves for the echo of ancient stones, the colors of the beach for the ochre and terracotta of Tuscan facades. Pisa was calling me, and I was eager to answer it.

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Conduzir em Itália é uma experiência sensorial intensa. Uma mistura de emoção, caos organizado e um leve receio existencial. Mas há algo libertador nisso. À medida que deixávamos o mar de Viareggio para trás, sentia-me a atravessar um portal. Saímos do som das ondas para o eco das pedras antigas, das cores da praia para o ocre e o terracota das fachadas toscanas. Pisa estava a chamar por mim e eu estava anciosa para lhe responder.

Arriving in the city is like opening a history book that someone has lovingly underlined. Founded more than two thousand years ago, Pisa began as a small Roman port on the Arno River. Yes, that same one that meanders through Florence and grew into a maritime power in the Middle Ages. I imagine the boats docking, laden with spices, silk, and dreams. There's something poetic about the fact that the city, once facing the sea, is now famous for a tower that defies gravity. Perhaps it's this irony that fascinates me about Pisa. A city that leans, but doesn't fall.

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Chegar à cidade é como abrir um livro de história que alguém sublinhou com amor. Fundada há mais de dois mil anos, Pisa começou como um pequeno porto romano no rio Arno. Sim, esse, o mesmo que serpenteia por Florença e cresceu até se tornar uma potência marítima na Idade Média. Imagino os barcos a atracar, carregados de especiarias, seda e sonhos. Há algo de poético no facto de a cidade, outrora voltada para o mar, hoje ser famosa por uma torre que desafia a gravidade. Talvez seja essa ironia que me fascina em Pisa. Uma cidade que se inclina, mas não cai.

The streets of the center are a living mosaic of past and present. Wandering there is like participating in a game of discovery: a hidden courtyard here, a window covered in bougainvillea there, a group of smiling students over there. Pisa has a youthful, vibrant energy, yet retains its old-world charm. The pace is calm, almost lazy, and it's easy to get carried away, stopping for a coffee, observing the locals, listening to that melodious Italian that seems to transform even a simple argument into a poem.

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As ruas do centro são um mosaico vivo de passado e presente. Passear por ali é como participar num jogo de descobertas, um pátio escondido aqui, uma janela coberta de buganvílias ali, um grupo de estudantes risonhos acolá. Pisa tem uma energia jovem, vibrante, mas sem perder o charme antigo. O ritmo é calmo, quase preguiçoso, e é fácil deixar-se levar, parar para um café, observar os locais, ouvir aquele italiano melodioso que parece transformar até uma simples discussão num poema.

As I walked, I wondered what makes a city beautiful. Is it the architecture, the history, or the people who live there? Pisa answers with a discreet smile. It's all of that, but also the silence of the narrow streets, the reflection of the Arno River on the bridges, the aroma of freshly baked bread coming from a small bakery. It's the collection of small things that don't appear in tourist guides.

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Enquanto caminhava, perguntei-me o que faz uma cidade bonita. Será a arquitectura, a história, ou as pessoas que nela vivem? Pisa responde com um sorriso discreto. É tudo isso, mas também o silêncio das ruelas, o reflexo do Arno nas pontes, o aroma do pão acabado de cozer vindo de uma pequena padaria. É o conjunto das pequenas coisas que não aparecem nos guias turísticos.

The photographs I took weren't mere records. They were attempts to capture sensations. A ray of light piercing a window, motorcycles leaning against a peeling wall, a shadow that seemed to tell ancient stories. That's what traveling is all about. Collecting invisible moments, memories that only make sense when looked at again, at home, with a coffee in hand and a smile on your face.

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As fotografias que tirei não foram meros registos. Foram tentativas de agarrar sensações. Um raio de luz a atravessar uma janela, motas encostadas a uma parede descascada, uma sombra que parecia contar histórias antigas. Viajar é isso mesmo. Colecionar instantes invisíveis, memórias que só fazem sentido quando olhadas de volta, em casa, com um café na mão e um sorriso no rosto.

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Pisa surprised me. Not for the tower, but that will be for another text, but for its vibrant streets, full of secrets and humanity. At the end of the day, I sat on a bench near the river and thought about how each trip is a kind of mirror. The more I look at the world, the more I realize about myself. And perhaps that's why I keep leaving Viareggio, or wherever I am, looking for new streets where I can get lost on purpose.

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Pisa surpreendeu-me. Não pela torre , mas essa ficará para outro texto, mas pelas suas ruas vivas, cheias de segredos e de humanidade. Ao fim do dia, sentei-me num banco junto ao rio e pensei em como cada viagem é uma espécie de espelho. Quanto mais olho para o mundo, mais percebo de mim. E talvez seja por isso que continuo a sair de Viareggio, ou de onde quer que esteja, à procura de novas ruas onde me possa perder de propósito.

I hope you enjoyed.
See you around.
Wishing you much peace and health

Those who pass by us do not go alone. They leave a bit of themselves, taking a piece of us."
Author: Antoine de Saint-Exupery, The Little Prince.

Text & Photography by @Onyfest