Minha Fotografia E Tristes Filosofias De Um Momento Difícil. - My Photography & Sad Philosophies Of A Difficult Moment.

Hoje vou deliberar sozinha relacionando minhas fotos com coisas obscuras que sinto nesse momento, um difícil momento.

Oh, tão difícil é, como pode ser, eu aprendi, ser uma mulher, nascer uma menina. A falta de cor, antes de mais nada, porque a falta de cor é o que vê um olho calejado de alguém que cresceu em dor, em sofrimento, em abuso. Explica-me esse medo de fantasmas que sente quem sabe que não existem fantasmas, já que, no fim, não estou de fato vendo pessoas mortas e não tenho esse poder, minha mãe não o herdou de minha avó e eu não o herdei de minha mãe.

O porquê do olho calejado ver beleza nas mais defenestradas cenas e, ainda assim, sofrer em seus esforços para enxergar o mais básico, aos humanos olhos, tipo de beleza? Um mundo em ruínas e a esperança de ver um mundo ideal, essa esperança não sabendo a si mesma se está viva ou morta. Enganação. Enganar a si. Enganar.

E que pés ali pisaram? Que amores se derrotaram nesse mesmo lugar, nesse exato lugar, exatamente nesse lugar? Que filhos morreram? Que mães deixaram de ser mães? Que homens espancaram suas mulheres? Que tristezas se choraram pelos humanos olhos? Que demônios e diabos encontraram as costas em que decidiram trepar? As pernas em que decidiram agarrar?

A solidão. Ah, e a beleza da solidão, a luta para não se deixar entender por um necessitado da solidão, porque nela está o conforto. Diga, então, sobre essa fobia de si mesmo, de olhar nos rostos dos outros e ver seus próprios olhos, seus olhos cor de terra, cor de lama, cor de merda, cor de noite, sem estrelas.

O porquê de não conseguir evitar a esperança.

Obrigado pela leitura.

Today I will deliberate with myself, relating my photography to obscure things that I feel in this moment, a difficult moment.

Oh, how hard it is, as it can be, I have learnt, to be a woman, to be born a girl. The lack of color, before anything else, because the lack of color is what a tired eye of someone who was born in pain sees, in suffering, in abuse. Explain to me this fear of ghosts that feels someone who knows that ghosts do not exist, since, in the end, I am not in fact seeing dead people and I do not have this power, my mother did not inherit it from my grandmother and I did not inherit it from my mother.

Why the tired eye sees beauty in the most defenestrated scenes and, even so, fails to see the most basic, to the human eyes, kind of beauty? A world that is ruined and the hope to see and ideal world, this hope not knowing herself if she is dead or alive. Cheating. To cheat yourself. To cheat.

And what feet have stepped there What loves have devoured themselves in this same place, exactly in this place? What sons have died? What mothers decided not to be mothers anymore? What men have beat up their women? What sadnessesses have cried through the human eyes? What devils and demons have found the backs in which they chose to climb on? The legs they have chosen to hold on to?

Loneliness. Ah, and the beauty of loneliness, the fight to not let yourself understand yourself as a creature that needs loneliness, because it has the comfort. Say, then, about this phobia of yourself, of looking in the faces of others and seeing your own eyes, your eyes that have the color of the dirt, the color of the mud, the color of shit, de color of the night, with no stars.

Why am I not able to let go of hope.

Thank you for reading.